terça-feira, 22 de março de 2022

Metamorfose.

 Sempre me perguntei como um corpo tão pequeno consegue suportar tanta dor dentro de si, o peso de toda uma vida somado ao peso da mudança. 

Assim me dei conta de que cada um de nós é um universo, e que a mudança é dolorosa porém necessária. 

Até um pequeno ser considerado irracional lida com a mudança com mais facilidade que nós, seres providos de inteligencia, e talvez seja essa mesma inteligencia o motivo que nos faz demorar a aceitar o novo.

Quando não agimos por impulso, influenciados por nossas emoções e pensamentos, calculamos, organizamos e perdidos nesse mar de pensamentos, papéis e horários, não nos damos conta que o tempo está passando e assim a mudança chega, silenciosa e traiçoeira.

Faz um grande estrago, põem tudo ao avesso, uma grande bagunça. 

Pensamento equivocado o meu! 

Ora, a mudança é tão silenciosa quanto as ladeiras de Olinda em em prévias de carnaval.

Ela grita. 

Ninguém ouve.

Ela liga para avisar que está a caminho, mas ninguém atende a porcaria do telefone. 

Por vezes até se desespera, se descontrola, como uma menina claustrofóbica, e sufoca toda aquele que ousa tentar calar sua voz...

É um medo irracional este que temos da mudança, mas uma coisa é certo: Exageramos tanto na borda do ser ou não ser, apenas para no fim do percurso descobrirmos que parte de nós sempre tende a morrer enquanto mudamos. 

Talvez por isso eu tenha tanto medo da menina mudança.

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