Converse comigo.
Converse comigo até que seja tarde, mas tão tarde que seja cedo.
Perca o ônibus, espere o próximo.
Me faça perder a hora de tomar meus remédios, não me importo.
Dívida o maço, o copo, a lata ou uma história, duas, três...
Ria de qualquer bobagem que eu falei, e fale uma ainda maior, para rirmos...
Rirmos ao ponto de faltar ar, e no fim da risada só restar um breve olhar...
Antes de mudarmos de assunto.
E então marque comigo.
Uma caminhada na praia numa tarde de um domingo qualquer, ou um filme indie no São Luís.
Uma volta pelo antigo, ou um dos bares da aurora... Até mesmo um vinho barato em uma praça, eu topo! Uma conversa literária.
Ah, Camões... Lispector, Assis...
Converse comigo...
Até que o tarde se torne cedo.
Até que o dia esteja terminando para nós e começando para os outros.
Quero voltar para casa, descalça, com o que sobrou do vinho na garrafa, bebendo os últimos goles já quentes, andando pelo meio fio, chutando pedras e cantarolando Johnny Hooker... Porque estou feliz, e a noite foi boa.
Mas a companhia...
Melhor ainda.
( Fevereiro, Yasmim e Ísis.)
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