domingo, 13 de janeiro de 2019

Sepulcral



Em uma semana te escrevi uma carta
Nessa mesma semana bebi uma vodca barata
Nesse meio tempo perdi a conta de quantas vezes te encontrei
E de quantas vezes me perdi

Não há nada para ser feito agora
Promessas quebradas juntos às garrafas vazias
Todo os restos do que já fomos um dia
Apenas memórias de uma mente pertubada
Cacos de uma pessoa quebrada
Dando tudo de mim até quando não me resta nada
Apaguei seu número e rasguei os poemas
Nada me ajuda a enfrentar esse meu dilema

Então eu sento no escuro
Deito e abraço os pedaço de mim
Tudo um dia chega ao fim
Álcool, niconita 
Insulina

Intorpecida com os próprios sentimentos
Eu me sufoco com tudo que eu não te disse
E eu bebo, bebo e bebo
Até que a bebida se torne gastrite
Mas isso não cura os nossos corações
E eu fumo, fumo e fumo
Até que eu precise de novos pulmões

Querida
Eu apenas lhe peço um favor
Se em seu peito ainda lhe restar amor
Se eu morrer de overdose, suicídio, ou 
Sufocada pelas palavras em minha garganta
No dia da cremação
Não jogue rosas em meu caixão
Jogue o que restou do destilado
E acenda o fogo
Com meu último cigarro





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