14 Fevereiro, 2020. Cabo - Pe
Meu bem,
Até chegar aqui, tropecei em tantas pedras, cada uma desviando meu caminho à sua maneira, me fazendo atrasar um pouco.
Uma hora, duas, um ano ou outro.
Tivemos desencontros.
Eu ainda não sei lidar com a falta, desde aquele dia em questão.
Acordei um pouco pra lá de tarde, saltei da cama em desespero, procurando meus sapatos e minhas certezas.
Meus sapatos estavam debaixo da cama, as certezas nunca as tive.
Fui atrás de você.
A condução corria naquela estrada, e as árvores se iam, e eu me perdi no tempo tentando me encontrar nas nossas lembranças.
Nosso breve encontro, o toque singelo com gosto de beijo roubado na saída do colégio.
Bagunçou um pouco aqui.
Comecei a perceber
Que eu precisava de um abraço e um beijo
De uma xícara de café e um xêro
De meio segundo ou então um ano inteiro.
Meus pulmões se encheram, com a brisa do mar e desejo, e mais uma vez eu não soube lidar.
Também não soube como te falar
Que é em seu entorno que encontro a lembrança das coisas que mais me conforta, cala meus devaneios incertos, e minha alma senta e observa o tempo passar.
Esquece que temos que correr, que sempre fomos assim.
Mas você me segura pela camisa, na barra, e me pede calma, alma, descansa um pouco
Me deixa ver teu rosto, respira um pouco, olha pra mim... e só então me deixa ir.
Talvez tudo fosse mais fácil, se você não tivesse esse cheiro de chuva de verão e maresia, pequenas coisas na vida e a alegria, junto com essa energia de que apenas pessoas que são sol
Podem ter.
Att. Sua Lua.
P.s: Transbordo com você.
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