quinta-feira, 11 de julho de 2019

Amnésia alcoolica


Numa das noites que sai para encher a cara o suficiente para não me afogar na minha saudade, pela primeira vez meu plano deu certo.

Mas o tiro saiu pela culatra.

Entrei em desespero ao descobrir que eu já não lembrava como era o seu toque, ou o cheiro do seu perfume... nem mesmo o gosto do seu beijo.

Fique desolada, pois na pressa em me livrar do incômodo em meu peito, te deixei cair em algum lugar no caminho.

Corri todo o percurso de volta, puxando na memória todos os momentos;

mas nada veio.

Eu me joguei nos braços do primeiro que apareceu, na vaga esperança de que aquilo de alguma forma me trouxesse de volta as lembranças, ou que me fizesse esquecer de vez.


No outro dia, lamentei com suspiros doloridos, perdida na minha ressaca


moral e de bebida.


As lembranças voltaram, e eu desejei com todas as forças...

Que apenas a enxaqueca me atormentasse naquela manhã.


Meus pedidos não foram atendidos, seja lá pra quem eu o fiz. 


É errado procurar nas outras pessoas um alguém que você sabe onde vai encontrar.

Mas oque posso fazer?


Me disseram que você mudou de endereço. 


Apaguei seu número. 


Não sei mais onde te encontrar, além das entrelinhas dos meus textos antigos.

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