domingo, 19 de abril de 2020

Vá embora.

Mas não te deixarei levar o disco que te dei
Aquele da capa rasurada e um pouco riscado de tanto tocar
Que encontrei
Mofado, num sábado
em um sebo na beira mar
Junto ao seu livro de cabeceira

Leve apenas o livro, é mais fácil de explicar.

Não te darei o disco do Bon Jovi,
Por uma pirraça qualquer, implica, ou desejo de te poupar algumas situações estranhas, 

quando você tiver que explicar a um outro alguém sobre ser tão protetora com um objeto, porque diabos abraça ao peito, fecha os olhos e treme o queixo, junto ao tom...

como se a música transmitisse cor e cheiro além do som.

Mas sendo implicante a altura, algo meu escondido levaria.

Sei que é meu disco, preferido, que já procurei em todo lugar
Você guardou, escondeu, desde a última festa que tivemos em casa 

Só não me disse onde 
Não me disse como
Apenas disse que não lembra 
E que se lembrar não vai falar

Mas eu sei, que levará consigo, meu Belchior preferido 
E que nem mesmo vai por pra tocar.

Na espera que eu bata na sua porta 
Tendo esse pretexto, com o coração na mão e mil textos

Indo em busca do que é meu.

E eu já não sei do que eu falo, de livros, de textos, discos ou

Você e eu.

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